Desligado do São Paulo na última sexta-feira, 28, após a goleada por 6 a 0 para o Fluminense, o ex-diretor de futebol Carlos Belmonte decidiu abrir o jogo e comentou sobre o principal problema que afeta a gestão do presidente Julio Casares: falta de dinheiro.
A situação financeira do Tricolor é apontada como um dos fatores preponderantes para o cenário em que o time está inserido atualmente. Além de acumular um déficit de cerca de R$ 912 milhões, o clube não tem recursos necessários para investir em um time competitivo.
“Não existe resultado sem investimento. Por que Palmeiras e Flamengo fizeram a final da Libertadores e lideram o Campeonato Brasileiro? Porque têm mais investimento, eles podem contratar mais atletas. Nós teremos o investimento que Palmeiras e Flamengo têm? É lógico que não, mas eu acho que temos que entender o que queremos como instituição, esse é o principal problema do São Paulo hoje”, apontou Belmonte.
“O são-paulino quer a redução da dívida a todo custo ou pensa em um outro projeto de redução de dívida? Acho que aí que está a questão que deve ser debatida. Eu sei que esse pensamento nem é o mais simpático perante a torcida, mas eu não acredito nesse processo de redução da dívida a todo custo”, continuou.
Ainda sonhando com uma vaga na pré-Libertadores e dependendo do título de Cruzeiro ou Fluminense na Copa do Brasil para se classificar à competição continental, o São Paulo vem em uma temporada em que o torcedor tem pouco a comemorar. Belmonte, no entanto, acredita que tudo se resume a uma palavra: investimento.
“A redução [da dívida] virá com um time competitivo, com um time mais forte, com investimento no futebol. Sem investir no futebol, na minha visão, a gente vai reduzir R$ 30, 40, 50 milhões em uma temporada, mas numa dívida de mais de R$ 900 milhões. Quanto tempo vamos levar para reduzir para um patamar mais baixo?”, indagou.
“Quanto menos investimento você tiver, mais você corre o risco [de ter uma temporada ruim]. Eu acho que não vamos passar por isso [brigar contra o rebaixamento nos próximos anos], pois a gente vem tendo uma gestão austera e este ano, que é tratado como péssimo para o São Paulo, nós estamos em oitavo no Brasileirão e terminamos em quinto na Libertadores. Não corremos risco efetivo de rebaixamento, ficamos no meio da tabela”, finalizou.
Atualmente, o São Paulo está na oitava colocação do Campeonato Brasileiro, com 48 pontos. Os últimos dois compromissos do Tricolor na competição nacional serão contra o Internacional, nesta quarta-feira, 3, e o Vitória, no domingo, 7, às 16h.






