A presidente do Palmeiras Leila Pereira afirmou que acionará a Justiça contra o Flamengo pelo bloqueio do repasse de R$ 77 milhões da Libra (Liga do Futebol Brasileiro) aos clubes envolvidos. A renda se refere à audiência das transmissões das equipes para a TV fechada, aberta e dos streamings.
A Libra é formada por Flamengo, Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, Volta Redonda, ABC, Guarani, Sampaio Corrêa e Brusque.
“Se a atual gestão do Flamengo acha que, por meio desta ação na Justiça do Rio, conseguirá mudar o acordo assinado pelo presidente [Rodolfo] Landim, pode tirar o cavalinho da chuva. O Palmeiras não fará qualquer concessão nem reabrirá um assunto que já foi discutido exaustivamente e está encerrado”, comentou a dirigente em entrevista ao GE.
“Nós vamos, sim, buscar na Justiça uma indenização pelo prejuízo que a conduta individualista e predatória do Flamengo está causando ao Palmeiras e aos demais clubes da Libra. Os nossos advogados já estão estudando o caso. Não aceitamos a pressão que o Flamengo está fazendo,” acrescentou a dirigente.
Recentemente, a equipe rubro-negra obteve uma liminar pelo TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) e travou o envio da quantia, na qual a equipe receberia 30% do valor. A atual presidência do clube carioca, dirigida por Luiz Eduardo Baptista, alegou que o contrato firmado em 2024 pelo ex-presidente Rodolfo Landim — válido até 2029 — tem sido prejudicial ao Flamengo e que recorrerá em busca de uma nova solução para o repasse.
Com a decisão provisória cedida pelo TJ-RJ, a Libra publicou uma nota oficial repudiando as ações do clube. Além disso, equipes como Palmeiras, São Paulo, Santos e Atlético-MG também se manifestaram contra a diretoria do Flamengo.
Confira a nota oficial abaixo:
“A Libra repudia a decisão unilateral e repentina da atual gestão do Flamengo, que moveu ação judicial contra o conjunto de clubes do qual faz parte, bloqueando repasses financeiros consagrados em contrato e desgastando a harmonia do grupo ao questionar acordos já pacificados.
O clube alega prejuízo dentro de um contrato bilionário, o que não condiz com sua situação financeira. A medida extrema confirma uma postura que privilegia o interesse particular de curto prazo, quando na verdade os verdadeiros prejudicados são os times que contam com esse dinheiro para seu fluxo de caixa, pagamento de contas e salários.
A Libra sempre se dedicou a atender aos interesses dos associados, incluindo questionamentos do Flamengo em relação ao modelo vigente.
Mesmo se tratando de um tema debatido exaustivamente no passado, o assunto voltou à pauta e foi submetido à vontade democrática de todos os membros, que votaram pela manutenção do formato atual. A instituição não poupará esforços para defender na justiça a legitimidade das decisões coletivas e o cumprimento dos contratos.
A entidade, junto com seus clubes, visa proteger os interesses da ampla maioria dos clubes que acreditam na construção conjunta, no respeito aos acordos e no fortalecimento do futebol brasileiro.
Ressalta, ainda, que a discordância e o necessário enfrentamento legal são direcionados exclusivamente à conduta da atual gestão do clube rubro-negro, que insiste em não respeitar compromissos assumidos e contratos assinados pela instituição Clube de Regatas do Flamengo, preservando o respeito da entidade pela história e pela torcida de seu clube associado.”






