A capacidade de adaptação de Carlo Ancelotti deve ser a fórmula do sucesso para a Seleção Brasileira.
O treinador italiano consegue se adaptar muito bem – e sempre foi assim – às peças que têm em seu elenco. No comando da seleção ele poderá abrir o leque de opções e escolher qualquer nome, obviamente, disponível para trabalhar.
Sempre conseguiu extrair o máximo de seus jogadores e muitas vezes fazendo apenas o básico e o simples. Muitas vezes, o básico e o simples funcionam muito mais do que ficar inventando ou utilizando algo da moda.
Ancelotti chega com um currículo muito pesado, tendo conquistado tudo por onde passou. Nenhum outro treinador foi campeão nas cinco maiores ligas de futebol da Europa, o agora treinador do Brasil foi. São muitos mais pontos positivos do que negativos que podemos mencionar sobre o novo técnico da Seleção Brasileira.
A questão de adaptação de Ancelotti pode ser o ponto-chave, pois já foi campeão sendo treinador onde sempre teve a posse de bola, já foi treinador tendo de ser reativo e conseguiu. Campeão com uma linha de três zagueiros, campeão com uma linha de quatro na defesa.
Pouquíssimas vezes o técnico teve problema de relacionamento com jogadores, sempre foi muito mais acolhedor, no melhor estilo paizão. Trabalhou com as grandes estrelas do futebol mundial e isso também podemos colocar no pacote de uma seleção, na qual os egos geralmente são grandes.
O técnico italiano já comandou jogadores vencedores da Seleção Brasileira como Cafú, Ronaldo, Dida, Kaká e outros.
O Brasil estava há quase 50 dias sem um nome no comando e agora o italiano multicampeão chega com um contrato que vai até a Copa do Mundo de 2026.
Ancelotti deixará o Real Madrid após a última rodada do Campeonato Espanhol. O trabalho como treinador principal de uma seleção será inédito na carreira do técnico italiano, assim como será a primeira vez que o Brasil terá um comandante europeu.
O domínio da seleção vem caindo nas últimas duas décadas e o estilo do sempre “joga bonito” ficou perdido no tempo. Mesmo vencendo a Copa América em 2007 e 2019, as últimas edições de Copa do Mundo foram traumáticas para os torcedores, especialmente a goleada sofrida por 7 a 1 para a Alemanha.
O técnico chega em uma CBF bagunçada, mas com a aura de vencedor. Líder dentro do vestiário e respeitado por todos os jogadores. Inclusive devemos ver nomes de jogadores experientes como Casemiro no meio-campo da seleção. Ancelotti traz a sua cultura de ser um vencedor nato e isso se misturará com a cultura do brasileiro de sempre querer vencer.
O italiano pode ter o seu maior desafio de adaptação ao estilo de um trabalho específico, mas como sabemos, o técnico sempre consegue resolver muito bem os problemas dentro das quatro linhas.
Sabemos que na Europa o ecossistema de um clube muitas vezes é mais exaltado do que o ambiente de uma seleção, e Ancelotti já havia expressado o seu carinho por esse ambiente no dia a dia.
O momento da seleção pedia uma renovação e ela veio à altura com o anúncio oficial do novo treinador. Ancelotti vem para revolucionar a seleção e, quem sabe, por tabela, o futebol brasileiro.
Após a Copa do Mundo, e quem sabe com a sexta estrela na camisa do Brasil, poderemos debater se Ancelotti é o maior treinador da história. Ele aceitou o desafio de treinar a maior seleção do mundo.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.