Guilherme Caribé saiu do Mundial de Natação de Singapura com um sentimento dividido. Apesar de disputar duas finais e alcançar a quarta colocação nos 100m livre, o brasileiro admitiu frustração por não ter subido ao pódio. Agora, ele volta as atenções para a sequência do trabalho de olho nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028, com o objetivo de transformar o aprendizado em resultados concretos.
“Foi um Mundial de bastante aprendizado, meu terceiro Campeonato Mundial de piscina longa. Um campeonato que não saio 100% satisfeito. Fiquei em quarto nos 100m livre, mas queria mais, então a gente tem muito que melhorar ainda. Saí frustrado, mas com grande aprendizado, sabendo que a gente está no caminho certo, melhorando a cada competição”, disse ele em entrevista ao site do BandSports.
Além de bater na trave nos 100m livre, o atleta de 22 anos foi finalista nos 50m borboleta, prova que não é sua especialidade, terminando em oitavo lugar, e ficou fora da decisão nos 50m livre. O nadador apontou a diferença de pressão entre competições nacionais e internacionais como um dos fatores que ainda precisa trabalhar mentalmente. Para Caribé, o ambiente do Mundial exige um preparo psicológico mais robusto, algo que ele tenta aprimorar competindo em eventos de alto nível nos Estados Unidos.
“Acredito que a pressão de estar nadando um Campeonato Mundial é totalmente diferente de nadar um Campeonato Brasileiro. Então aqui você nada muito mais tranquilo e com a cabeça muito mais tranquila, você consegue performar melhor. Mas acredito que é algo que que eu possa trabalhar na minha carreira para que isso não ocorra durante esses campeonatos mundiais e a gente consiga performar da mesma forma que a gente performa aqui no Brasil. Isso é algo que consigo trabalhar mais nos Estados Unidos competindo em alto nível mais frequentemente e criando esse hábito. Tem que nadar rápido de qualquer forma”, comentou o medalhista de ouro no Pan de Santiago.
Pelo terceiro Mundial consecutivo, a natação brasileira encerrou sua participação sem conquistar medalhas, cenário que se repetiu também nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Com o status de principal nome do País na competição em Singapura, Caribé destacou a necessidade de mudanças na estrutura organizacional da natação brasileira e sugeriu a ampliação dos revezamentos como estratégia para melhorar os resultados.
“Acredito que o Brasil precise de uma uma virada de chave para mudar. A gente não conseguiu medalha em Paris, nem conseguiu medalha nesse mundial. Tem muita coisa que melhorar, não só pelos atletas, mas também como comissão e federação, tem muita coisa que a gente possa melhorar para que nesses próximos campeonatos a gente possa performar melhor”, comentou.
“A organização é algo que pode melhorar bastante. Algo que eu gosto muito de ter em campeonatos mundiais é o revezamento, consegue trazer mais atletas, deixa o ambiente melhor. Acredito que dentro d’água a gente esteja preparado, a gente consegue mostrar isso nas seletivas e em campeonatos aqui no Brasil, mas acredito que se a gente conseguir manter um ambiente bom vai ajudar bastante a gente a competir nesses campeonatos de alto nível”, continuou.
Apoio de Fratus em busca do ouro olímpico e volta às piscinas no Pan Júnior
Apesar da frustração em Singapura, Caribé mantém a cabeça erguida. O apoio e a confiança de referências como Bruno Fratus reforçam sua convicção de que pode alcançar o topo nos Jogos de 2028. Em entrevista recente ao BandSports, o medalhista olímpico em Tóquio-2020 demonstrou confiança e disse acreditar que o nadador baiano tem potencial para disputar o ouro nos 100m livre em Los Angeles.
“Eu fico feliz de saber que os olhos de Bruno Fratus, um grande atleta, medalhista olímpico, vê essa chance. Eu acredito também, acredito muito em mim, acredito que a gente possa ir para esses Jogos Olímpicos de Los Angeles e brigar por esse ouro. Esse é o foco, é por isso que a gente cai na água todo dia, por isso que eu estou treinando, para a gente conseguir performar da melhor forma e brigar por essa medalha”, destacou Caribé.
E a meta olímpica inclui a disputa de três provas. “Acredito que a ideia para Los Angeles seja disputar as três medalhas, as três provas que eu nadei no Mundial agora: 50m e 100m livre e 50m borboleta. Agora que o 50m borboleta virou prova olímpica a gente tem um foco maior nessa prova também, a gente não deixa de lado. Acredito que com todo o treinamento e todo o planejamento certo a gente consiga disputar essas três provas e pode brigar pelo pódio nessas três provas também.”
O próximo desafio na caminhada para Los Angeles será os Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção, no Paraguai, competição que começa neste sábado, 9, com cobertura completa do BandSports. Além de buscar a medalha na piscina, Caribé também terá o importante papel de embaixador do evento logo em sua primeira participação.
“Recebi o convite de ser embaixador, então fico muito feliz, muito grato, é mais um passo na minha carreira. É uma responsabilidade muito grande, sendo embaixador dos Jogos vamos influenciar bastante os jovens. Eu sou jovem, mas a galera mais nova vindo olha para a gente como ídolos, vindo de Campeonato Mundial agora com o quarto lugar e chegando como um dos favoritos. Então, estou bem animado, acho que vai ser uma competição divertida para descontrair um pouco desse Mundial, mas não tirando o fato de ser uma competição e a gente ter que nadar rápido”, finalizou Caribé.






