Carlo Ancelotti corre contra o tempo e por este motivo às oscilações da Seleção Brasileira são compreensíveis. A menos de um ano da Copa do Mundo, o momento deveria ser de polimento: acertar uma coisa aqui e outra ali, um detalhe, mas já com praticamente o grupo fechado e as estratégias decididas.
Não foi possível porque o treinador da Seleção Brasileira chegou há sete meses e além de tudo é um estrangeiro. Ainda está aprendendo como funcionam as coisas por aqui.
A boa notícia destas últimas apresentações é Estêvão. Foi o principal jogador do time, fez gol contra Senegal e quase vira o jogo no último minuto contra a Tunísia nesta terça-feira. A bola caprichosamente bateu na trave. E aí Ancelotti terá o que chamamos de “problema bom”. Com Estêvão voando, onde jogará Raphinha?
O amistoso contra a Tunísia também trouxe outra questão que precisará ser resolvida pelo treinador. Como furar defesas bem postadas? Ancelotti sempre montou times de transição rápida até o gol, mais do que times que constroem o jogo com paciência. A seleção vai ter de encontrar um caminho neste sentido.
As laterais são outra questão importante. Ancelotti já entendeu que não tem uma geração de laterais espetacular como o Brasil produziu ao longo de sua história. Assim, ele privilegia figuras fortes defensivamente, mas em alguns momentos poderá precisar de algo a mais. Além disso, Militão saiu de campo com dores no joelho e ainda será reavaliado. A lateral-direita, que parecia resolvida com a sua presença, agora virou uma incógnita.
Empatar com a Tunísia é um bom resultado? Não é, considerando a força das camisas, mas compreensível diante do cenário, inclusive o fato de que o futebol hoje é mais equilibrado.
Há sete meses o hexa era uma impossibilidade. Desde então o Brasil evoluiu e deu esperança ao torcedor. Mas precisa caminhar mais.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.






