O Brasil começou esta segunda-feira, 2, mais uma vez brilhando no atletismo nos Jogos Paralímpicos de Paris. Claudiney Batista se tornou tricampeão no lançamento de dardo, e Beth Gomes faturou a prata no arremesso de peso, ampliando para 13 o total de medalhas na modalidade. Além das conquistas, seis outros brasileiros se classificaram para as finais e vão brigar pelo pódio a partir das 5h (horário de Brasília) desta terça-feira, 3.
O primeiro a comemorar o pódio e o tricampeonato, com direito a recorde paralímpico, foi o mineiro Claudiney Batista, de 45 anos. O lançador da classe F56 (atletas que competem sentados) conseguiu cravar a marca de 46,86 metros. A prata ficou com o indiano Yogesh Katuniya (42,22m) e o bronze com o grego Konstantinos Tzounis (41,32m).
“É um mix de emoções. Feliz com esse tricampeonato, é muito treino, muito foco, muita determinação, treinei bastante nessa aclimatação. Nesse momento vale tudo, alimentação, descanso, a ótima estrutura que o comitê nos deu em Troyes [na França]. Estava com um desconforto na coluna, fiquei apreensivo, mas na hora ali a adrenalina subiu, não senti dor e deu tudo certo”, comemorou Claudiney.
Porta-bandeira na Cerimônia de Abertura dos Jogos em Paris, a paulista Beth Gomes, atleta da classe F53 (para competidores em cadeiras de rodas, com sequelas de poliomelite, lesões medulares e amputações) estava exultante após a conquista da prata no arremesso de peso das classes F53/54 com a marca de 7,82m. A brasileira competiu com adversárias de uma classe acima da sua, a F54, que reúne atletas com menor comprometimento físico-motor. A mexicana Gloria Zarza Guadarrama, da classe F54, foi ouro com a marca de 8,06m e o bronze ficou com a uzbeque Nurkhon Kurbanova (7,75m), atleta da classe F54.
“Essa medalha está saindo para mim com gostinho de dever cumprido, porque eu competi numa classe acima da minha, e eu acreditei que tinha chance. E eu fui buscar no último arremesso a medalha de prata, com gostinho da de ouro, com recorde mundial. Parabéns a todas as atletas que participaram, gratidão é minha única palavra”, disse Beth, que caiu em lágrimas após o término da prova.
Emocionada, a atleta explicou o motivo do choro.
“Vem [à cabeça] o retrocesso de tudo que passei, de reclassificações, de ficar fora da Rio-2016, em que era a minha chance de medalha no arremesso de peso. E quis Deus que eu viesse nesta Paralimpíada, numa prova secundária, e viesse buscar a tão sonhada medalha lá de 2016. É muita emoção, muita gratidão”, desabafou Beth.
*Com Agência Brasil