Italo Ferreira e Tatiana Weston-Webb irão entrar na água de Trestles, na Califórnia, nesta sexta-feira, 6, para tentar defender a hegemonia do surfe brasileiro no Circuito Mundial de Surf. Na prova masculina, o Brasil pode chegar a oito conquistas nas últimas dez disputas, enquanto o feminino tenta o título inédito.
Italo irá buscar seu bicampeonato, que já foi campeão em 2019. Independentemente do resultado, a chegada com dois representantes do time verde e amarelo no Finals mantém a tradição brasileira de sempre estar na briga. Vale lembrar que desde que a WSL adotou o formato Finals para definir o campeão mundial, só os brasileiros venceram no masculino. Em 2021, o troféu ficou com Medina. Já em 2022 e em 2023, a taça do circuito mundial foi para as mãos de Filipe Toledo.
O caminho, contudo, não será fácil. No atual sistema de disputas, os cinco melhores surfistas do ranking do circuito mundial na temporada se classificam para brigar pelo título.
Italo Ferreira, quinto colocado, enfrenta o quarto, Ethan Ewing, em uma bateria simples. Quem avançar pega Jack Robinson, o terceiro. Depois, quem passar terá pela frente Griffin Colapinto, o segundo. Quem ainda estiver na disputa terá pela frente, na decisão, John John Florence (primeiro do ranking), em uma série com melhor de três baterias.
“É o que meu pai fala: ‘se deixar chegar, vão ter que aguentar’ porque eu vou com tudo. Boto todas as minhas fichas no jogo. É o que vai acontecer agora, tenho que bater um por um. Hoje eu consigo disputar de igual para igual em qualquer condição e isso é bom porque entro para um seleto grupo que pode vencer em qualquer lugar e em qualquer tipo de onda”, disse Italo.
Líder do ranking, o americano bicampeão mundial John John Florence aguarda para saber quem vai enfrentar na grande final, mas prega respeito ao Brazilian Storm. “Tem sido desafiador duelar com eles ao longo desses anos. São surfistas incrivelmente talentosos, o que faz tudo ser desafiador. Adoraria poder ganhar o título pelo Havaí e vencer esses caras seria incrível”, disse Florence.
Tatiana Weston-Webb entra na disputa no feminino nas mesmas condições de Ítalo. Quinta do ranking, ela terá pela frente Molly Picklum. Caso vá avançando pode encarar ainda Brisa Hennessy, Caroline Marks e Caitlin Simmers.
Única representante feminina do Brasil na elite da WSL, ela volta ao Finals após dois anos. A vaga veio após triunfar sobre a australiana Tyler Wright na semifinal de Fiji. Ela terminou a etapa como vice-campeã. Beneficiada pela eliminação da francesa Johanne Defay nas quartas, Tati precisava no mínimo de um segundo lugar em Cloudbreak para alcançar entre as cinco.
A gaúcha vem colecionando bons feitos no ano. Em maio, na sexta etapa do Circuito Mundial da WSL, em Teahupoo, no Taiti, tirou uma onda nota 10.00, nas quartas de final. Acabou eliminada na fase seguinte para a francesa Vahine Fierro, que terminaria campeã da etapa.
Depois voltou a Teahupoo para surfar nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, e ganhou a primeira medalha para o país na modalidade, no feminino, terminando com a prata. Agora, tenta nos Estados Unidos, fazer ainda mais história com o seu primeiro título mundial.
“Estou em um momento bom. Tenho bastante confiança. Estou me sentindo leve, super bem, minhas pranchas estão ótimas e gostando muito do meu surfe. É encaixar no dia e tomar boas decisões nas baterias”, cravou Tati.
“Sei que serão várias baterias para chegar no final, mas acho que tudo é possível, até porque a Stephanie Gilmore conseguiu fazer uma vez, então, por que não eu?”, continuou ela lembrando que a surfista australiana teve de superar a costa-riquenha Brisa Hanessey, a própria Tati e a francesa Johanne Defay, antes de encarar a americana Carissa Moore e terminar com o título mundial, em 2022.