A Seleção Brasileira de bobsled terá novos reforços em busca da classificação para Milão-Cortina-2026. Luiz Henrique Bacca, Fernando Filho e Tauler Zatti foram anunciados na seletiva organizada pela Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) realizada em São Paulo, em agosto. Em comum, os atletas trazem a velocidade do atletismo e o sonho de fazer história em um dos esportes mais desafiadores dos Jogos Olímpicos de Inverno.
A trajetória até o bobsled foi, para muitos, um encontro inesperado. Tauler Zatti, por exemplo, recebeu o convite para conhecer o esporte por acaso, enquanto competia no Troféu Brasil de Atletismo.
“O Édson Bindilatti, piloto da seleção, me viu competindo e mandou uma mensagem perguntando se eu tinha interesse em fazer os testes. Eu aceitei, fui para a seletiva em São Paulo e tive a felicidade de ser aprovado”, conta Zatti, que vive agora a expectativa de disputar sua primeira competição internacional.
Sem nunca ter viajado para fora do País, ele segue em preparação física e mental para essa nova fase. “Tudo ainda está sendo digerido. Nunca competi no frio, nunca saí do Brasil, então, estou me preparando da melhor forma possível para quando chegar a oportunidade de integrar a equipe e representar o Brasil com tudo o que eu puder entregar”, acrescentou Tauler.
A classificação do bobsled brasileiro será definida por meio da Copa América da modalidade, dividida em sete provas nas três pistas do continente entre este mês e janeiro de 2026. As duas primeiras etapas serão em Whistler, no Canadá, entre os próximos dias 20 e 24. Logo depois, serão realizadas mais duas em Park City (EUA), de 28 de novembro a 4 de dezembro. Por fim, em 2026, as três últimas etapas serão disputadas em Lake Placid (EUA), de 2 a 11 de janeiro.
A busca por novos nomes no bobsled aconteceu porque o Brasil agora possui dois trenós para quatro atletas (4-man), com Édson Bindilatti pilotando um e Gustavo Ferreira, o outro. O trenó brasileiro ainda conta com Davidson de Souza, André Luiz da Silva e Fernando Filho. Assim, a confederação projeta um feito inédito: classificar duas equipes brasileiras para os Jogos.
“A expectativa é ajudar a classificar pela primeira vez duas equipes do Brasil, o que seria um marco histórico. E, depois disso, buscar um grande resultado na Olimpíada com os dois times”, disse Luiz Bacca.
Fernando Filho, que também veio do atletismo, tinha colegas que praticavam o esporte e resolveu tentar. “Sempre tive curiosidade em saber como era o esporte e como seria viver essa experiência. Então, quando soube das seletivas que aconteceriam no final de 2024, decidi tentar”, contou ele.
Logo no seu primeiro ano no bobsled, Fernando já entendeu que a modalidade requer características muito específicas. “O atleta de bobsled precisa desenvolver características que normalmente não andam juntas: ser forte como um halterofilista, rápido como um velocista e ainda manter mobilidade e peso ideal”, afirmou.
Bacca concorda com o colega. “O bobsled é um esporte que exige que você seja um atleta completo, em termos de tamanho, força e velocidade, e isso é outra coisa que me motiva: treinar para ser o atleta mais completo possível”, disse.
“São horas de treino, muitas vezes em dois períodos e até sete dias por semana. Além disso, cuidamos do trenó, que exige trabalho diário. Não é fácil, mas sabemos o tamanho do sonho que estamos perseguindo”, emendou Fernando.
Para eles, o sonho olímpico é combustível diário. “Acho que, independentemente do esporte, todo atleta sonha em representar o seu país. Saber que vou carregar a bandeira do Brasil e enfrentar o mundo com ela nas costas é um sentimento único. É o tipo de coisa que te move e te mantém motivado”, concluiu Fernando.
*Com Comitê Olímpico do Brasil






