O caso VaideBet ganhou novos desdobramentos nesta terça-feira, 22. A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra a atual gestão do Corinthians. Com isso, o presidente do clube, Augusto Melo, o empresário Alex Cassundé e os ex-dirigentes Marcelo Mariano e Sérgio Moura se tornaram réus pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado por abuso de confiança e lavagem de dinheiro.
A operação também incluiu os empresários Victor Henrique de Shimada e Ulisses de Souza Jorge, que serão julgados somente por lavagem de dinheiro.
Como resultado, o Ministério Público decretou a indenização de R$ 40 milhões ao Corinthians, além do bloqueio de bens das pessoas físicas e jurídicas envolvidas no caso. Os valores referem-se aos pagamentos da Rede Social Media Design por comissão na intermediação do contrato (R$ 1,4 milhões) e multa pela quebra contratual com a Pixbet, ex-patrocinadora do clube (R$ 38,8 milhões).
Segundo o MP, “está muito claro os caminhos tortuosos e ilegais que o dinheiro percorreu a partir do momento em que saiu dos cofres corintianos” na intermediação dos pagamentos entre o clube e a casa de apostas VaideBet. E mesmo com o valor de indenização, os envolvidos ainda passarão por audiências, depoimentos, produção de provas e a decisão final do processo, realizado pelo juiz do caso.
A defesa de Augusto Melo emitiu um comunicado sobre seu envolvimento no caso, afirmando que ele é vítima das acusações criminais. O presidente está afastado do cargo desde o fim de maio, após o Conselho do Corinthians aprovar o processo de impeachment. Ao todo, 176 conselheiros votaram a favor do afastamento, enquanto 57 foram contra.
Confira a nota da defesa de Augusto Melo enviada à imprensa:
“O presidente do Corinthians, Augusto Melo, afirma que todas as acusações contra ele são falsas. Ele é vítima de um processo ilegal e repleto de nulidades e abusos, como o acesso a dados do Coaf sem autorização judicial e a participação da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo em um caso de competência da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, uma vez que envolve um contrato internacional.
O recebimento da denúncia pela Justiça é uma etapa formal do processo, que não altera em nada o curso da ação. A defesa vai impetrar os habeas corpus necessários com o objetivo de fulminar esse processo kafkiano e ilegal.
O presidente Augusto Melo nada deve e nada teme, por isso já solicitou o fim do sigilo que impede o acesso da torcida corinthiana à íntegra dos documentos da ação. A defesa também solicitou que as autoridades competentes, a PF e o MPF, cuidem do caso. Está em curso ainda uma investigação defensiva, conforme regulamentado pela OAB, que comprovará a inocência do presidente legitimamente eleito do Corinthians.
Augusto Melo segue confiante de que a verdade prevalecerá e reitera seu compromisso com a retomada da organização financeira do clube, que sofreu grande retrocesso desde que ele foi retirado do cargo por seus adversários políticos, que hoje conduzem uma gestão conhecida pelo não pagamento de obrigações e depreciação do clube dentro e fora de campo.”






