Leila Pereira voltou a falar sobre o desejo de um terceiro mandato à frente do Palmeiras e reafirmou sua posição na reunião do Conselho Deliberativo na terça-feira, 16. Leila chegou à presidência em 2022 e atualmente está em seu segundo mandato, que vai até o final de 2027. No entanto, para permanecer em mais um triênio, mudanças estatuárias devem ser feitas no clube e aprovada pelos conselheiros, seguido da assembleia de associados.
“Vi muitas entrevistas absurdas, ridículas, dizendo que isso seria golpe. O nosso estatuto prevê a possibilidade de ser alterado, tanto que nós alteramos várias vezes. Não existe golpe quando o conselho decide que o estatuto seja alterado e que isso seja ratificado pelo pelos associados”, comentou a presidente.
A dirigente reiterou que não consideraria as alterações como golpe, e usou o exemplo de Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, está na direção há quase duas décadas.
“Essa questão de alternância de poder não acontece no Real Madrid. O presidente está lá há 20 anos. O Real Madrid é um clube pequeno, sabe? E nem um pouco vitorioso”, ironizou ela.
Além disso, a presidente do Palmeiras afirma que os conselheiros contra a ideia do terceiro mandato são incoerentes, já que não existe mudanças no conselho.
“Se a alternância de poder é saudável, então, por que existem conselheiros vitalícios? Por que não alternância de poder também no conselho? E é meio contraditório quando conselheiros vitalícios reclamam de golpe”, questionou Leila. “Não é questão de alternância ou não. Se a pessoa é capaz, tem que ficar. Se não é capaz, tem que sair”, finalizou.
O Palmeiras possui cerca de 300 conselheiros/diretores, e Leila tem pouco mais de 120 pessoas a seu favor. Mas, para realizar a mudança, ela precisaria de mais de 50% (151 votos) para modificar o estatuto. Se aprovada e eleita novamente, a presidente pode chegar a nove anos à frente do clube alviverde.
Críticas ao elenco do Palmeiras
Ainda na reunião do Conselho Deliberativo, Leila falou sobre o ano do Palmeiras, que investiu cerca de R$ 700 milhões e não conquistou nenhum título, além de defender que as críticas deveriam ser públicas.
“Tenho muito receio de ficar terceirizando responsabilidade. Quando você terceiriza, cria uma super zona de conforto para treinador, para atleta. Você tem de encarar a verdade de frente. E todos nós sabemos que a responsabilidade é nossa”, comentou.
Embora tenha citado que a responsabilidade era do clube, a mandatária afirmou que a culpa deve ser atrelada ao desempenho dos atletas na temporada, citando o mau desempenho na derrota para o Flamengo na final da Libertadores.
“Como eu posso ser campeã da Libertadores se meus jogadores não deram um chute a gol? Vocês conhecem alguma forma de ganhar o jogo sem fazer gol? Eu não conheço”, criticou ela. “Nós não perdemos a Libertadores por causa de elenco, não. Não foi por causa de arbitragem. ‘Ah, Leila, o atleta tinha que ser ter sido expulso pela entrada no Fuchs’. Ok, concordo. Mas não deram um chute a gol? Não é possível. Como que eu vou reclamar de arbitragem se eu não fiz a minha parte?”
A dirigente também reprovou o vice no Campeonato Brasileiro e voltou a questionar o empate sem gols contra o Vitória no Allianz Parque. “Como pode, dentro da minha casa, no Allianz Parque, eu não conseguir vencer o Vitória? Foi por causa do meu elenco? Óbvio que não. Meu Sub-20 ganha o Vitória, tá? Como é que eu não ganhei aqui dentro da minha casa do Fluminense? Não foi a incapacidade nossa? Claro que foi”, continuou.
Para finalizar, a mandatória do Palmeiras elogiou o sucesso da Crefisa e elevou sua competência diante da gestão dos últimos anos. “Eu sei que a gratidão é uma virtude de poucas pessoas. ‘Ah, que a Crefisa ganhou muito’. Eu sei, eu olho o balanço da Crefisa, eu analiso o balanço da Crefisa, vocês podem ter certeza que a Crefisa, com ou sem o Palmeiras, seria grande da mesma forma.”
“Como nós somos vices em várias competições, a minha nota para o Palmeiras esse ano é 9. Seria 10 se eu fosse campeã. Como não fui, fui vice, é 9. E ano que vem nós vamos lutar porque eu não sou mulher que nasci para ser vice. Eu não sou mulher que nasceu para ser coadjuvante. Eu nasci para ser protagonista, no Palmeiras também”, finalizou ela.






