O primeiro confronto entre Corinthians e Palmeiras pelas oitavas de final da Copa do Brasil entregou muito do que se esperava e também muito do que é inaceitável ainda tolerar.
O corintiano saiu do jogo orgulhoso. Seu time jogou exatamente como o torcedor se reconhece em campo: disputou cada centímetro de campo, lutou sem parar, deu carrinho, brigou por todas as bolas e foi premiado com o placar de 1 a 0 no final. Como cereja no bolo, Memphis Depay fez o gol da vitória em jogada esperta em que o Palmeiras bobeou e deixou uma falta ser cobrada rapidamente. Pelo menos por uma semana, a montanha de mazelas que assola o clube fica de lado. Foi uma enorme vitória contra um rival mais poderoso financeiramente e que domina o futebol nacional há quase uma década.
O palmeirense sai cabisbaixo e o grupo terá de buscar forças em uma semana para mudar a história. E esta força terá de vir com a mudança de um comportamento já detectado pela própria comunidade verde: um clássico, ainda mais contra o Corinthians, precisa mais do que técnica, mas de alma. E isso tem faltado ao time de Abel Ferreira em momentos agudos como o desta quarta-feira. O gol sofrido estampa a situação. Uma bola parada em que o Corinthians teve toda a liberdade para cobrar rapidamente e pegar o sistema defensivo adversário desprevenido. A cabeçada de Memphis foi executada sem pressão alguma de nenhum zagueiro.
Mas além da rivalidade e de bons momentos de futebol com muita garra (e todos gostam disso) o jogo também trouxe uma avalanche de momentos insuportáveis. O árbitro Wilton Pereira Sampaio teve de ser quase um super-herói para deter reclamações por mais de 90 minutos de parte a parte a cada marcação. No lance do pênalti em que ele foi chamado no VAR, teve trabalho até para chegar a cabine, de tantos jogadores que precisou afastar do caminho.
E o VAR brasileiro? Até quando vamos ter de aturar essa tecnologia tosca, imprecisa, que mais deixa dúvidas do que aponta soluções? Tire a camisa de Palmeiras ou Corinthians e responda com sinceridade: com este recurso tecnológico apresentado, você pode dizer com absoluta certeza se o jogador do Palmeiras estava ou não impedido?
A NeoQuímica Arena também é um caso à parte. Trata-se do estádio onde o adversário não pode comemorar gols. No melhor estilo leão de chácara, Hugo Souza criou confusão com jogadores adversários que comemoravam o gol (depois invalidado). Não é a primeira vez. A arena corintiana parece ser um território especial com regras próprias. Basta lembrar que a final do Paulista simplesmente não terminou porque torcedores melaram o jogo antes do final arremessando sinalizadores no campo. Até quando?
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.






