Gabriel Bortoleto segue deixando sua marca na temporada de estreia na Fórmula 1. Neste sábado, 26, o piloto da Sauber garantiu a 10ª posição no grid de largada do GP da Bélgica após mais uma performance sólida em classificação. Foi a segunda vez em três corridas que o brasileiro alcançou o Q3.
Apesar da colocação final modesta no Q3, Bortoleto fez questão de celebrar o avanço até a fase decisiva, especialmente considerando as circunstâncias. Sem um jogo novo de pneus macios para a última parte da sessão, o estreante entrou na pista ciente de que não poderia competir em igualdade com os rivais. Ainda assim, optou por registrar um tempo, apostando em eventuais punições que poderiam beneficiá-lo.
“Eu sabia que todo mundo ia me derrotar, é impossível vencer alguém com macios usados enquanto o resto está de compostos novos. Sinceramente, só queria marcar um tempo e me garantir caso alguém tivesse uma volta deletada. Mas, quando não tem um jogo novo de macios, não tem muito o que fazer”, explicou o piloto de 20 anos.
A trajetória até o Q3, no entanto, passou por momentos de tensão. Originalmente, Bortoleto havia sido eliminado ainda no Q1, mas uma infração de Lewis Hamilton — que teve sua volta mais rápida anulada por exceder os limites de pista — devolveu a vaga ao brasileiro, que acabou avançando ao Q2.
“Eu estava muito frustrado naquele momento, porque eu sabia que tínhamos potencial”, relatou Bortoleto. “Muitas coisas aconteceram no Q1 que nos colocaram naquela situação. Saímos muito cedo, cometi muitos erros na segunda volta rápida. As margens são tão apertadas nesse grid que um simples erro pode comprometer a classificação”.
“Sinto que fizemos algumas coisas que não funcionaram. Quando recebi a informação de que Hamilton tinha perdido a volta rápida, pensei: ‘preciso dar meu máximo e consertar tudo que errei’. Foi isso que aconteceu, e conseguimos chegar ao Q3”, acrescentou.
Para a corrida de domingo, que tem previsão de tempo instável, Bortoleto adota uma postura equilibrada: prefere o seco, onde o desempenho do carro tem sido consistente, mas enxerga oportunidades em uma eventual corrida com chuva.
“O fim de semana tem sido muito sólido no seco, então queremos o simples e continuar a fazer o que estamos fazendo. Mas, ao mesmo tempo, a chuva pode causar condições malucas na pista, já vimos isso há algumas semanas, em Silverstone. Ainda assim, não tenho muita experiência na chuva com um carro de Fórmula 1”, comentou.
“Na Austrália, no começo do ano, foi minha primeira corrida e, provavelmente, a mais louca de todas. Tivemos um pouco de chuva em Miami, mas é uma pista muito específica. E em Silverstone, durei apenas uma curva depois da relargada. Então, se amanhã eu tiver a oportunidade de guiar na chuva, não ficaria muito preocupado. A experiência tem de vir em algum momento”, concluiu Bortoleto.






