O que começou com um certo distanciamento virou motivo de orgulho dentro da Sauber. A parceria entre Nico Hülkenberg e Gabriel Bortoleto, inicialmente vista com cautela pelo veterano alemão, se transformou em uma força inesperada da equipe suíça na temporada 2025 da Fórmula 1. E para Jonathan Wheatley, o impacto da dupla vai além dos resultados em pista.
“Todo o escritório de engenharia está animado agora por causa dessa dupla”, disse o chefe da equipe. “Por um lado temos Nico, um exemplo de talento incrivelmente completo e veloz que serve de exemplo para o Gabi. Com Gabi, você tem esse jovem com enorme potencial e também uma grande ética de trabalho”, acrescentou.
Contratado no início do ano para liderar o novo projeto da Sauber rumo à era Audi, Hülkenberg havia deixado claro que não assumiria o papel de mentor do estreante Bortoleto. No entanto, ao longo da primeira metade do campeonato, a relação entre os dois evoluiu a ponto de influenciar diretamente no desempenho da equipe. Vindo da lanterna em 2024, o time já conquistou um pódio e soma agora 41 pontos no Mundial de Construtores.
A virada da Sauber teve início com a introdução de importantes atualizações aerodinâmicas antes do GP da Espanha. A partir dali, Hülkenberg passou a pontuar com consistência, incluindo um pódio inédito na carreira em Silverstone. Bortoleto, por sua vez, conquistou seus primeiros pontos na F1 no GP da Áustria, terminando em oitavo.
“Eu sempre fui um fã [de Hülkenberg], gostei de acompanhar sua carreira. Ele é um profissional conceituado, traz calma para a equipe, é comedido, é muito atencioso ao dar feedback aos seus engenheiros, é ótimo em formar uma equipe ao seu redor. Ele colocou Gabi sob sua proteção e os dois têm um ótimo relacionamento”, comentou Wheatley.
O comandante da Sauber também fez questão de destacar o amadurecimento do novato brasileiro ao longo do ano. “Gabi está em uma trajetória que o levará a pódios, vitórias e tudo o que ele quiser, tenho certeza. No momento, ele está absolutamente no caminho certo em relação às metas sobre as quais Mattia [Binotto, CEO da equipe] e eu conversamos, ele se desenvolveu muito bem ao longo das 12 primeiras corridas. Ele está se apoiando em seus engenheiros, ouvindo, mostrando todo o seu talento.”
“Sempre que tem a oportunidade de aprender, ele está tentando. Ele é gracioso em seu apetite por conhecimento; a compreensão de como a equipe e o carro funcionam, como trabalhar com seus engenheiros. Eu me sinto extremamente encorajado com sua maturidade nesse aspecto”, finalizou Wheatley.






